Céu de São João
Ponto de Luz do Santo Daime localizado em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, filiado à Igreja Céu do Vale - ICEFLU (Pindamonhangaba/SP). É um centro espiritualista que fundamenta seus procedimentos na Harmonia, no Amor, na Verdade e na Justiça.
Atualmente o Céu de São João realiza o Trabalho de Concentração e o Trabalho de Cura do Padrinho Sebastião. A irmandade abrange pessoas residentes em vários municípios da região: Poços de Caldas/MG, Aguaí/SP, Vargem Grande do Sul/SP, Espírito Santo do Pinhal/SP, Águas da Prata/SP e São João da Boa Vista/SP.
A consagração do Santo Daime é feita estritamente dentro das cerimônias religiosas, cumprindo todas as normas rituais do Império Juramidam.
Viva o Céu de São João!
Viva o Céu do Vale!
Viva o Divino Pai Eterno!
Viva a Rainha da Floresta!
Viva Jesus Cristo Redentor!
Viva o Patriarca São José!
Viva Todos os Seres Divinos!
Viva Nosso Mestre Império!
Viva Toda a Irmandade!
Viva o Santo Cruzeiro !
Vivaaaaa!!!! 🌞🌙⭐️🙏
O que é o Santo Daime?
"O Santo Daime é uma manifestação religiosa surgida na região amazônica nas primeiras décadas do século XX. Consiste em uma Doutrina espiritualista que tem como base o uso sacramental de uma bebida enteógena (do grego en- = dentro/interno, -theo- = deus/divindade, -genos = gerador), a Ayahuasca.
A Doutrina não possui proselitismo, sendo a prática espiritual baseada no autoconhecimento como meio de obter sabedoria. (...) Nos rituais sempre há uma forte presença musical."
(Fonte: Wikipédia)
O movimento religioso do Santo Daime, começou no interior da Floresta Amazônica, nas primeiras décadas do século XX, com o neto de escravos Raimundo Irineu Serra, natural do Maranhão.
Ao Mestre Irineu, como passaria mais tarde à história, foi revelada uma doutrina de cunho cristão e eclético, reunindo tradições católicas, espíritas, esotéricas, caboclas e indígenas em torno do uso do chá milenar conhecido pelos povos incas como ayahuasca (vinho das almas) e por ele denominado Santo Daime. De uso bastante difundido entre povos indígenas da Amazônia Ocidental, a bebida é obtida pelo cozimento de duas plantas nativas da floresta tropical, o cipó Jagube ( banisteriopsis caapi ) e a folha rainha ( psicotria viridis ). Tem propriedades enteogênicas, isto é, produz uma expansão de consciência responsável pela experiência de contato com o plano espiritual, através do encontro interior com o nosso Eu Verdadeiro.
O Mestre Irineu dizia ter recebido os seus ensinos diretamente de Nossa Senhora Da Conceição, que lhe apareceu numa das primeiras vezes que tomou a bebida na região de Brasiléia, Acre. Ele também trabalhou na comissão encarregada de demarcar as fronteiras do novo estado do Acre onde, provavelmente, teve a oportunidade de conhecer também tanto indígenas quanto vegetalistas e ayahuasqueiros da fronteira com o Peru. A partir dos anos 30, com um pequeno grupo de discípulos, abriu de forma regular seus trabalhos nas cercanias de Rio Branco.
A partir daí foi recebendo seu Hinário do Cruzeiro. Tal como nos legou o Mestre Irineu, a doutrina traz uma nova ênfase nos ensinos cristãos e uma nova leitura dos Evangelhos à luz do sacramento enteogênico, para afirmar, nos tempos de hoje, os mesmos princípios de Amor, Caridade e Fraternidade.
O seringueiro e construtor de canoas Sebastião Mota de Melo, natural de Eurinepé, Amazonas, foi um homem simples de sólida convicção espírita e trabalhador incansável. Discípulo do Mestre Irineu, se tornou um dos seus feitores da bebida sagrada. Reuniu em torno de si centenas de adeptos – não por proselitismo, mas de forma natural, como resultado da amizade e do respeito que ele conquistou, ao atender a todos que o procuravam em busca de um conforto para os males da alma e do corpo.
Em meados dos anos 70 construiu um templo na localidade denominada Colonia Cinco Mil nos arredores de Rio Branco. No final dos anos 70 retirou-se desta área, e levou parte de seu povo para o interior da floresta, numa região denominada Rio do Ouro. Foi uma verdadeira saga. O povo trabalhava na seringa enquanto construíam as casas e plantavam os roçados. Menos de 3 anos depois da ocupação do Rio do Ouro, se retirou devido a questões de conflitos fundiários e fundou o assentamento que se transformaria na atual Vila Céu do Mapiá, no município de Pauini, Amazonas.
A iniciativa cresceu sob sua liderança espiritual e seu exemplo de trabalho. Dirigia pessoalmente mutirões, acolhia pobres, doentes e necessitados.
Desde 1974, ainda em Rio Branco, mandou registrar sua entidade, o Centro Eclético de Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra ( CEFLURIS ), com sede na cidade do Rio Branco, como um centro espírita estruturado sob a forma de sociedade religiosa sem fins lucrativos, responsável pela organização da Doutrina e pela feitura e distribuição da bebida sacramental utilizada nos rituais. A partir de 1998 foi feita uma reforma Institucional e foi criada a figura jurídica da ICEFLU- Igreja do Culto eclético da Fluente Luz Universal patrono Sebastião Mota de Melo e o Instituto Cefluris para administrar o nosso trabalho social e ambiental.
O Padrinho Sebastião, como era carinhosamente chamado por seus afilhados, faleceu em 20 de janeiro de 1990 no Rio de Janeiro, vítima de uma insuficiência cardíaca que o fez sofrer nos últimos anos. Além da viúva, senhora Rita Gregório de Melo, deixou aos filhos Alfredo e Waldete, respectivamente, como responsáveis pela continuação de sua missão espiritual e de seu trabalho social e comunitário. Em 1987 foi criada uma associação de moradores, cuja diretoria é eleita periodicamente por seus sócios. Atualmente a população da comunidade compreende cerca de 1.000 pessoas, entre a vila e pequenas colocações ao longo do Igarapé Mapiá.
Com o crescimento espontâneo registrado nas últimas duas décadas e os desafios sociais e institucionais decorrentes, a Doutrina se espalhou por diversas regiões do País e do Mundo.
O uso do Santo Daime como sacramento enteogênico em um trabalho espiritual de autoconhecimento obedece a regras rituais recebidas espiritualmente pelo Mestre Irineu e pelo Padrinho Sebastião. Não há uso indiscriminado, pois como um sacramento, a bebida é somente distribuída em datas que obedecem ao calendário religioso anual e dentro das regras preestabelecidas.
Os hinários são rituais festivos com cânticos de Louvor a Deus, à vida e as forças da natureza, onde a bebida sacramental é consagrada e comungada dentro de um templo ou locais autorizados, sob regras estritas de comportamento e organização, além da infraestrutura de atendimento.
Outro ritual da doutrina é o Feitio da Bebida, também sob rigorosas regras doutrinárias, que orientam os mínimos detalhes, cercado do máximo respeito, silêncio e limpeza, num clima estritamente devocional. Este é um dos principais momentos do trabalho religioso e exige muita concentração, solidariedade, esforço físico e cuidado ecológicos. O produto final de todo esse processo é o Santo Daime. Enquanto sacramento, ele é ministrado com toda a reverência nos momentos do culto. O Santo Daime, segundo acordos assumidos por nós e pelas diversas tradições religiosas que também fazem uso da bebida sacramental não pode ser comercializado. Os centros autorizados ministram os sacramentos conforme as datas dispostas pelo calendário oficial.
A Doutrina do Santo Daime, segundo nossos estatutos, é uma prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia toda forma de fanatismo, sectarismo, racismo e intolerância religiosa. Através de suas condutas os seguidores têm provado que a ingestão ritualística do Santo Daime no contexto religioso, ao lado da prática social decorrente da doutrina, amplia nossa capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, além de ajudar a assumir nossas responsabilidades pessoais e coletivas. Constitui-se, portanto, em um agente profilático e terapêutico a serviço da elevação da consciência do ser humano.
(Fonte: www.santodaime.org)
Mestre Irineu: um homem de muitas dimensões
Trabalhador. Negro. Nordestino. Migrante. Caboclo. Ribeirinho.
Seringueiro, Sem-terra. Santo. Xamã. Líder. Médium. Espírita. Pajé.
Curandeiro. Poeta. Compositor. Mestre. Tudo isto foi Raimundo Irineu
Serra. Um homem-lenda, do Nordeste à Amazônia; das festas populares ao
canto mais sagrado da floresta; da música e da dança à fé mais sincrética,
mais universalista. Ao ritmo do maracá, santos, anjos, encantados, caboclos,
orixás, entidades, divindades, todos irmanados na festa mágica que faz
com que o Astral caiba em uma mente, em um pensamento. Nesse firmamento
de infinitas possibilidades, um Mestre.
Naquele tempo da afirmação quase impossível do Estado Nacional
brasileiro, Mestre Irineu foi síntese de possibilidades e resultado das contradições
de um Brasil diverso e opressor, generoso e excludente, tudo ao
mesmo tempo, nos vários tempos, nos espaços todos. Experiência viva de
uma superação. Negou que fosse destino a homens com sua história, origem
e prática a impossibilidade de encontrarem a plenitude do humano.
Nesse sentido, Irineu é alegoria do Brasil. É vitalidade que supera violência,
exclusão, analfabetismo e fome. É a nossa diversidade generosamente
alimentando almas brasileiras e estrangeiras. Um Mestre que brota na
Floresta, feito cipó e folha, água e fogo. E que a tudo alumia.
Neto de escravos que, no início do século XX, migrou do Maranhão
para o Acre, onde se estabeleceu e desempenhou vários ofícios: da extração
de borracha a policial. Nos arredores de Rio Branco passou a desenvolver
atividades de cunho espiritualista e de medicina popular, utilizando-se da
ayahuasca, bebida de fortes características psicoativas. Em 1930 funda um
centro religioso: o Santo Daime ou Daime, como é mais conhecido.
Brasília, 15 de dezembro de 2010.
Juca Ferreira
(Texto extraído do livro Eu Venho de Longe: Mestre Irineu e seus companheiros - Paulo Moreira e Edward MacRae)
Trabalho de Concentração
As Concentrações devem ser realizadas todos os dias 15 e 30 de cada mês. O trabalho de Concentração faz parte do calendário oficial. É nele que quinzenalmente vamos buscar, através do silêncio, a conexão com o nosso Ser interior, uma maior consciência com nosso Eu superior.
É também nas Concentrações que podemos nos entregar à miração e receber instruções valiosas para o nosso seguimento espiritual.
A Concentração se divide em duas etapas:
a) Concentração propriamente dita que consta da disciplina da mente em abolir os pensamentos, associações de ideias e impressões do dia-a-dia, a fim de se focalizar num único ponto. Nela treinamos a atenção e a introspecção, para que a mente, sem se distrair com os objetos da percepção, seja um instrumento útil a serviço do trabalho espiritual.
b) Meditação - Estágio superior de concentração onde dentro da força da corrente, da energia espiritual das mentes elevadas e da proteção dos nossos guias espirituais se busca experimentar um estado contemplativo, extático, sereno, e sem pensamentos, onde procuramos fundir o observador, o observado e o ato de observar como uma e mesma coisa.
Os(as) fardados(as) devem vestir farda azul. Todos(as) devem procurar uma postura corporal confortável, evitando movimentos desnecessários e se ausentar do salão apenas em caso de necessidade e/ou para fazer as devidas limpezas.
(Fonte: www.santodaime.org)